“Sentir a Póvoa, sentir o Castelo de Lanhoso é sentir a nossa história! É sobretudo perceber que este é o principal pilar da nossa identidade – porque nós somos Póvoa de «povoação» que nasceu à volta do Castelo de Lanhoso. Um monumento nacional, que já teve maiores dimensões mas que agora, na sua singela medida nos recorda tanto da nossa história, do nosso percurso e lá, do alto do maior monólito granítico da Península Ibérica, do seu trono, tem acompanhado os nossos séculos de história. É com muito orgulho que partilhamos com todos vocês esta que é a história da Póvoa de Lanhoso”.
Foi com estas palavras que a Vice-Presidente da autarquia da Póvoa de Lanhoso, Fátima Moreira, se dirigiu à multidão de povoenses que, na agradável noite de sexta-feira, assistiu ao espetáculo “Sentir Póvoa”, no Anfiteatro do Pontido.
A abrir o espetáculo, o Grupo de Dança, do projeto Póvoa Dança, recriou momentos únicos, comuns na Idade Média, entre os membros da nobreza, em rituais e cerimónias.
Seguiu-se a encenação da chegada da comitiva de Leon de Rosmithal à Póvoa de Lanhoso. Incumbido da uma importante missão europeia com objetivos políticos, militares e religiosos, este nobre tinha a missão de visitar e orar em frente ao túmulo do apóstolo Santiago, em Compostela. Esta “passagem” por terras de Lanhoso esteve a cargo das Oficinas de Teatro que a recriaram com emoção e veracidade e contou também com utentes de Centros de Convívio entre os/as figurantes.
A causar surpresa a todos/as os/as presentes, o trio musical composto por duas cantoras e um pianista: Ana Beatriz (Soprano) Patrícia Bouças (Mezzo soprano) e José Miguel Costa, apresentou temas musicais medievais. Este grupo, que se formou especificamente para participar neste evento, deleitou a assistência com os temas interpretados.
“… Ao findar do século XII, as sombras da traição caíram sobre o Castelo de Lanhoso… O alcaide, Dom Rodrigo Gonçalves Pereira, ao descobrir a infidelidade de sua esposa, Dona Inês Sanches, … ordenou que o reduto fortificado fosse incendiado, consumindo em chamas a esposa adúltera, o seu amante, um frade beneditino do convento de Santa Maria de Bouro, e todos os cúmplices desta pérfida traição.”
Este episódio da história tem inspirado inúmeras performances teatrais ao longo dos tempos… e foi agora a vez de Diogo Marinho, com a estreia de “MURUS”, uma performance pensada e baseada nesse episódio da história do Castelo de Lanhoso.
Aproximando-se o final do espetáculo foi momento para que todos/as os/as que participaram e contribuíram para a realização da edição deste ano, subirem ao palco e receberem os sentidos aplausos da plateia.
“Ecoando através dos tempos, o Castelo de Lanhoso inspira e recorda a todos/as a grandiosidade que reside nas raízes povoenses. Que as suas pedras eternas continuem a contar a saga de um povo destemido e honrado, enaltecendo a nossa história da Póvoa de Lanhoso”!