177 anos depois dos levantamentos populares de contestação a um conjunto de leis, mas sobretudo à forma discricionária da sua aplicação, o espírito continua vivo e, agora, transformado num símbolo reconhecido pelo país.

São hoje conhecidos os nomes e ações de algumas das mulheres mais interventivas, a par dos principais protagonistas que tomaram parte ou se cruzaram nos levantamentos populares ocorridos na Póvoa de Lanhoso na primavera de 1846, na origem da Revolução da Maria da Fonte, ou Revolução do Minho de 1846, que culminaria com a demissão das autoridades em funções.

Mais do que pela argumentação mais comum, podemos perceber o que se passou factualmente nestes dias de março de 1846, por palavras do Juiz de Direito do Concelho da Póvoa de Lanhoso, através do “Relatório dos tumultos ocorridos nos enterramentos efetuados por mulheres, suas causas e possíveis instigadores”, redigido a 31 de março de 1846 pelo próprio Juiz, Domingos Manuel Pereira de Carvalho de Abreu (Documento existente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo – Ministério do Reino – Secretaria de Estado).