Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso

Póvoa de Lanhoso estuda o perfil do/a Cuidador/a Informal do concelho
publicado a 5 de novembro de 2025

A Câmara Municipal tem vindo a elaborar o perfil do/a Cuidador/a Informal da Póvoa de Lanhoso. Apesar de a realidade analisada ser dinâmica, já foi possível apurar alguns dados, através de um inquérito por questionário online, que conseguiu chegar a 43 cuidadores/as. Sabe-se que existam mais, no concelho, sendo que 15 pessoas afirmaram beneficiar do Estatuto do Cuidador Informal.
“O objetivo deste levantamento vai de encontro ao trabalho que tem sido desenvolvido pelo GACI – Gabinete de Apoio ao Cuidador Informal de orientar e informar os/as cuidadores/as informais sobre os seus direitos, que se encontram patentes no Estatuto do Cuidador Informal, e na possibilidade ao acesso ao Subsídio de Apoio ao Cuidador Informal. O GACI tem vindo a desenvolver outras respostas dirigidas para este público, como os Grupos de Ajuda Mútua e o encaminhamento para apoio psicológico. Contudo, existe necessidade de conhecer a realidade dos cuidadores informais (com e sem Estatuto) e as suas necessidades para preparamos respostas mais objetivas e sustentadas que potenciem um aumento da qualidade de vida do/a cuidador/a e da pessoa cuidada”, refere a Vereadora da Câmara Municipal, Fátima Moreira.

O questionário realizado permitiu obter elementos para caracterizar os/as cuidadores/as informais, através da recolha de informações gerais sobre cuidadores informais residentes no concelho; para caracterizar as pessoas cuidadas, através da recolha de informações sobre a prestação de cuidados informais e sobre as características sociodemográficas das pessoas cuidadas; bem como para recolher informações sobre os apoios recebidos e as necessidades sentidas pelos/as cuidadores/as informais residentes no concelho.
No que se refere à sua caracterização, o Cuidador Informal (CI) da Póvoa de Lanhoso é maioritariamente mulher (86%) e tem entre 40 e 59 anos. De notar, no entanto, que a percentagem de CI com idade superior a 80 anos é de 11,6%.

Uma percentagem de 76,7 dos cuidadores informais são casados a viver com o cônjuge, prestando cuidados sobretudo ao/à pai/mãe (37,2%) ou ao/à cônjuge (27,9%).

Relativamente ao nível de escolaridade, verifica-se uma distribuição bastante equitativa, sendo que o 1.º ciclo relaciona-se com o grau de escolaridade de cuidadores informais mais envelhecidos.
Considerando a situação face ao emprego, 44,2% dos cuidadores informais encontram-se em situação de desemprego e 32,6% são pensionistas. Estes CI têm baixos recursos económicos, o que condiciona o acesso a respostas/apoios que consideram importantes para o seu bem-estar. Verifica-se também que 23,2% dos/as cuidadores/as conseguem conciliar a sua atividade profissional e prestar os cuidados necessários à pessoa cuidada.

Relativamente aos recursos económicos do agregado familiar, o CI assume que o mês é gerido com alguma dificuldade (41,9%) ou grande dificuldade (25,6%).
Relativamente às pessoas cuidadas, estas têm, na sua maioria, acima de 66 anos e são maioritariamente mulheres (60%). Residem na casa do próprio CI (88,4%). Numa vastíssima parte das situações (95,3%), estes cuidados são realizados diariamente, ao longo de todo o dia.

Atendendo a uma diversidade de causas de dependência/incapacidade, os cuidados prestados relacionam-se sobretudo com os cuidados de higiene pessoal, alimentação, gestão da medicação, tarefas de limpeza e manutenção da higiene da casa e no acompanhamento a consultas ou realização de exames médicos e fisioterapia.

Os/As cuidadores/as informais sentem que os cuidados que prestam têm um impacto moderado (55,8%), na sua saúde física, e impacto moderado (55,3%) a elevado (27,9%), na sua saúde mental. Sentem ainda um cansaço diário moderado (53,5%) a elevado (30,2%). A maioria dos/as cuidadores/as informais (51,2%) sente que reduziu/abandonou um pouco a sua atividade social para prestar cuidados a outra pessoa e 34,9% refere que teve que abandonar por completo saídas, convívios, passeios e viagens.

Já o impacto económico na sua vida familiar e pessoal é moderado (46,5%) a elevado (44,2%), tendo repercussões no número de refeições diárias que realizam ou nas horas de sono.
Analisando as necessidades, os/as cuidadores/as informais apontaram como principais aspetos o descanso do/a cuidador/a, o apoio financeiro e o apoio psicológico.