O debate sobre Igualdade tem de ser alargado e tem de ser transversal. A opinião é da Vereadora da Ação Social e Educação da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Fátima Moreira, no balanço da décima primeira edição da Semana Municipal para a Igualdade e Não Discriminação.
“Enquanto Autarquia, temos uma visão de Igualdade que deve de ser mais generalizada. Ouvimos muito falar da Igualdade associada às questões de género, mas é necessário subir um patamar e ir muito além disso. As questões da inclusão são prementes. Só teremos Igualdade quando tivermos acesso aos meios que nos permitam usufruir dos direitos universais”, considera esta responsável.
Para Fátima Moreira, atualmente existem outras problemáticas e assuntos a exigir atenção, nomeadamente no campo da educação. ”Nos últimos tempos, senti que o facto de algumas crianças não terem acesso a internet ou a equipamentos tecnológicos idênticos, pode ser uma questão de desigualdade. Com a pandemia, percebemos que, em determinado momento, para termos acesso a direitos básicos como a educação esses meios são imprescindíveis. Os direitos à informação e à educação devem ser universais e isso pressupõe direito a condições que ainda não estão criadas, nem acessíveis para todos e para todas da mesma forma”, refere.
Como tal, segundo Fátima Moreira, os novos desafios à Igualdade vão merecer uma reflexão muito atenta, nos próximos tempos, por parte da Autarquia e não só. “O Mundo está a mudar e temos de estar despertos para estas mudanças. Temos de ver as questões da Igualdade de uma forma muito mais transversal, ao nível da transição digital, da transição verde, do direito a um meio ambiente saudável, do acesso a ferramentas que hoje são fundamentais no quotidiano das pessoas. Estas são também questões que temos de começar a trazer para a discussão quando falamos de Igualdade”.
Alunos e alunas despertos para a violência no namoro
As caixas de denúncias de violência no namoro colocadas na EPAVE e na Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso, no âmbito do projeto “Não fico calad@”, já tiveram efeito, revela Fátima Moreira, considerando que “produziram o impacto esperado”. Esta foi uma das ações da Semana Municipal para a Igualdade e Não Discriminação, que decorreu de 20 a 26 de novembro
O programa englobou ainda a partilha de um testemunho marcante por parte de uma vítima de violência doméstica e uma marcha solidária para com as vítimas de violência doméstica e femicídios. Englobou ainda dois dias Olimpíadas para a Igualdade, Inclusão e Cidadania, que permitiram que estudantes experimentassem desporto adaptado; a eliminação de uma barreira arquitetónica; e a sensibilização através da participação no Dia Arquidiocesano da Juventude. Um dos momentos altos foi a sexta edição do Café Concerto Inclusivo, depois dos condicionalismos de 2020, que permitiu que as instituições participantes dessem a conhecer o seu trabalho e que proporcionou momentos felizes às pessoas utentes.
“Estávamos todos e todas com vontade de partilhar estes momentos, por isso, o meu balanço é muito positivo. Sendo certo que esta Semana serve para sensibilizar para as questões da Igualdade e da Não Discriminação, nós, no nosso dia-a-dia, não podemos deixar de as ter presentes em tudo o que fazemos, planeamos e nas tomadas de decisão. Quando conseguirmos isso, atingimos o objectivo completo”, sustenta.
Algumas das ações desta Semana realizaram-se no âmbito do projeto IGUALIDADES. Aprovado no âmbito do Aviso Nº POISE ‐ 22‐2020‐03 do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, o IGUALIDADES tem associado um investimento total de 34 999.99€ e conta com um apoio do FSE de 34 151.30€, que corresponde a uma taxa de comparticipação de 100% do valor do investimento elegível.