“Justiça Social – pensar em conjunto para envelhecer melhor” foi o tema da mesa redonda que a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, o Provedor do Idoso para o concelho e a Comissão de Proteção ao Idoso (CPI) dinamizaram, juntando no mesmo espaço representantes de entidades com intervenção nas dinâmicas de envelhecimento.

Apresentar publicamente os resultados do trabalho desenvolvido pelo Provedor do Idoso e refletir sobre as diferentes barreiras que enfrentam as pessoas com mais de 65 anos na sociedade atual e no concelho, em domínios como a Participação, as Políticas Sociais, a Sociedade Digital e a Intergeracionalidade, a Saúde e a Segurança foram os objetivos deste momento, que decorreu no dia 9 de março, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, que esteve lotado com dirigentes de entidades locais e regionais e de seniores do concelho.

Esta sessão permitiu traçar um retrato do envelhecimento na Póvoa de Lanhoso bem como refletir e apontar caminhos para o futuro.

Políticas devem “adiar” institucionalização da pessoa idosa

A Vice-Presidente da Câmara Municipal, Fátima Moreira, abordou a temática das políticas públicas, destacando que a governação dos próximos anos terá obrigatoriamente de continuar a atender ao fenómeno do envelhecimento da população e aos novos desafios daí decorrentes. “Já percebemos, pelos dados demográficos, que o envelhecimento vai ser sempre cada vez mais um desafio”, considerou, adiantando que está a ser finalizado o Plano de Desenvolvimento Social. Apesar de o concelho apresentar uma “boa” cobertura de estruturas e de rede de serviços, Fátima Moreira, defendeu, no entanto, que deve ser objetivo de todos e de todas adiar o mais possível a institucionalização das pessoas idosas, apostando em políticas que promovam o envelhecimento ativo.

Na sua intervenção, o Provedor do Idoso para a Póvoa de Lanhoso afirmou que “o problema dos idosos começa a ser resolvido com os novos”. De entre outros aspetos, Álvaro Oliveira apelou à participação das pessoas mais velhas, nomeadamente através da Assembleia Sénior, e transmitiu a necessidade da criação, no concelho, de uma estrutura residencial para pessoas idosas, de âmbito público, para acolher seniores com mais fragilidade económica.

Representando a Comissão de Proteção do Idoso, Armandina Conde fez o retrato da situação atual existente e dos muito bons resultados registados nos territórios em que está a ser implementada a figura do Provedor do Idoso.

No que se refere ao tema da Segurança, interveio Nuno Cruz do Destacamento Territorial da GNR da Póvoa de Lanhoso, dando conta do trabalho realizado em diferentes vertentes com vista a uma maior proximidade com esta população, no sentido de lhe transmitir segurança e sensibilizar, por exemplo, para os crimes de burla e mesmo cibercrimes.

No capítulo da educação, as professoras Leonor Ferreira e Isabel Machado do Agrupamento de Escolas Gonçalo Sampaio, apresentaram o projeto intergeracional e digital “Avós Virtuais”, destacando a urgência em aproximar jovens e idosos. Este projeto surgiu da necessidade de criar oportunidades de participação destas pessoas em atividades sociais, culturais e lúdicas, e de promover o contacto social entre gerações, condicionado pela pandemia.

A Coordenadora da Unidade de Cuidados na Comunidade “Coração do Minho”, Andreia Martins, encerrou as intervenções, salientando o trabalho comunitário no âmbito da saúde que é realizado por aquela estrutura junto da população idosa, elencando as barreiras com que as pessoas mais velhas se deparam.

A moderação desta mesa redonda esteve a cargo da Chefe de Divisão da Educação e Serviços Sociais da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Maria José Lourenço. No público, estiveram também pessoas adultas, em idade ativa, que se encontram integradas em formação.