O Theatro Club da Póvoa de Lanhoso recebeu, na noite de 21 de maio, a Conferência “Estórias do Minho – Narrativas no Feminino de uma Geografia Identitária”. Este foi um dos momentos do programa comemorativo dos 175 anos da Revolta da Maria da Fonte, que a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso está a dinamizar em 2021.

O Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, André Rodrigues, e a Secretária Executiva da CIM Ave, Marta Coutada, em representação do Consórcio Minho Inovação, fizeram a abertura da sessão.

A Conferência “Maria da Fonte no Minho: mulher e imaginário” foi proferida pelo Prof. Doutor Armando Malheiro, que fez uma abordagem mitanalítica, que casa de alguma maneira com a abordagem que se pode e deve fazer do episódio a partir da Literatura, mas que visa ir mais além da simbólica dos textos para chegar à simbólica do imaginário coletivo. E, neste sentido, abordou-se a derivação do messianismo ao milenarismo/populismo. Sendo este tópico importante e pertinente nos tempos atuais, sobretudo quando o termo populismo anda conotado com movimentos e expressões de "extrema-direita" e de fascismo. Paradoxal apropriação quando sabemos que o populismo emergiu no século XVIII, século das Luzes e da Razão e do lema revolucionário e triádico Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

A mesa redonda contou com a participação de um conceituado painel de investigadores, constituído pelo historiador Armando Malheiro, Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e investigador do CETAC, por José Cândido de Oliveira Martins, Professor Associado da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa, e por José Abílio Coelho, historiador e investigador Povoense, e por Maria Amélia Ribeiro de Carvalho, docente na Universidade do Minho, que fez a moderação. Seguindo indicações da Direção Geral de Saúde, não houve possibilidade de colocação de perguntas por parte da reduzida plateia.

A abertura da sessão contou com as interpretações das músicas “A Queda do Império” e do “Hino da Maria da Fonte”, de Vitorino, com uma versão muito própria do jovem Povoense Ricardo Reis Soares. A performance teatral “ Episódio da Maria da Fonte”, de José Abílio Coelho, com a encenação do Grupo Cénico Povoense, encerrou esta sessão, que teve lotação limitada, devido à situação pandémica que atravessamos. Esta Conferência foi transmitida através da página de facebook do Município (municipiodapovoadelanhoso).

O Consórcio Minho Inovação, que integra as três Comunidades Intermunicipais do Alto Minho, Cávado e Ave, promoveu este Ciclo de Conferências “Estórias do Minho – Narrativas no Feminino de uma Geografia Identitária” no âmbito do projeto âncora “PA2. Touring Cultural – Identidade Cultural do Minho”, cofinanciado pelo Norte 2020.